domingo, 20 de abril de 2014

Minha casa sou eu

 Na minha casa cabe saudade,
cabe amor, até rancor.
Mas cabe autenticidade,
cabe felicidade.
Cabe eu, tão profunda.
Minha casa se inunda,
de mim.





                 Valéria Mares


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Desabroche

Tenho visto tanta gente se perder de si para se enquadrar em um certo padrão. Acho lamentável quando alguém renuncia à sua personalidade por outra pessoa, abandona quem está sempre do seu lado: você mesmo. É tão bonita essa tua individualidade, seu jeito só seu de ver e gostar das coisas. Não perca isso, não deixe o barco te levar, reme por si. As coisas dão mais certo quando são naturais, forçar só piora. Desabroche. Olhe em volta e veja que lindo jardim espera por você.



                                            Valéria Mares


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Cara de boneca


Eu tenho essa cara de boneca quando o mundo todo fica sem graça e perde a cor.
Eu tenho esse jeito sapeca quando está tudo certinho, sem sabor.
Me perdoe por essa infantilidade momentânea.
Entende que anda tudo tão sério nessa vida cotidiana.
Porque eu odeio a mesmice de ser adulta.
Porque eu brinco e dou risada mesmo, sem culpa.
Releve minhas crises, meus dramas.
É que, às vezes, eu me vejo assim, em chamas.
Então me deixar incendiar teu coração.
Pois eu sou assim, toda amor, toda paixão.


                      Valéria Mares

sábado, 5 de abril de 2014

Só não mente

Só não mente. Só não fala pra mim que você se importa quando não é verdade. Não diz que tu me curte, não me elogia, não finge. Eu estou aqui para o que precisarem de mim, só exijo sinceridade.
Minha vida já foi cheia de gente falsa que quase me fez desistir das pessoas. Não faz eu desistir, porque eu sou teimosa e sempre vou acreditar de novo. Porque tem uma coisa idiota em mim que, apesar de não parecer, me faz ser doce. Então não me amarga, não me azeda. Fica comigo inteiro, ou então não fica.



                    Valéria Mares

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Aquele rapaz

Nos seus olhos, vejo todo o mistério do espaço. Sua boca de contornos tentadores diz palavras doces ao meu ouvido num fim de tarde chuvoso. Então, ele ri. E eu vejo todos os meus motivos para existir numa pessoa só. E eu reflito comigo mesma o quanto aquele rapaz de beleza clássica e cabelos bagunçados me faz bem. O quão completa me sinto quando ele simplesmente me abraça. Até as nuvens que nos observam suspensas no céu sabem que é amor. Que foi amor antes mesmo de ser. Que continuará sendo pela vastidão da eternidade.


                   Valéria Mares