segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Faça de mim o teu lar


Beija meu ego com tuas mentiras doces, enquanto eu te explico, com dados estatísticos, sobre os riscos do crescimento populacional. Sei que você não está nem um pouco interessado na minha pesquisa de mestrado, mas, mesmo assim, fica aqui. Me encara com teus olhos negros e curiosos, me faça perguntas, ria das minhas piadas sem graça e faça piadas de verdade para eu rir. Beba chá comigo, apesar de você preferir café, me obrigue a comer feijão "porque faz bem", apesar de eu odiar esse grão. Me fale do seu dia, do seu trabalho, do caminho de ida e volta. Me deixe ouvir sua voz todos os dias. Me chame para perto, faça de mim o teu lar.






                                    Valéria Mares

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Na doçura dessa vida amarga

Na doçura dessa vida amarga,
encontrei meu encanto de ser poeta.
E vivi,
Sofri.
Te vi.
Te amei.
Nas estradas desse caminho selvagem,
encontrei a floresta das palavras.
E corri.
Segui.
Te quis
pra mim.
Nas águas secas desse mar de pessoas,
encontrei teu rosto em versos.
Concretos.
Incertos.
Em mim,
assim.




                                      Valéria Mares