quarta-feira, 19 de junho de 2019

Vilã

Todos os dias, minha maior batalha é suprir minhas próprias expectativas, organizar o caos que me confunde e sobreviver aos ácidos que a vida joga na gente aqui e ali. Poucos sabem, mas tudo me machuca e minha figura sempre forte e contida é cuidadosamente lapidada à cada instante. Minhas dores poéticas não são nada agradáveis e minhas overdoses de melancolia corrompem meu raciocínio. Nem meu pacto com a morte me salva de mim, nem mesmo ela consegue me livrar do peso de mim mesma. Eu sempre dou tudo de mim e o que sobra é falho, tem medo e é humana, essencialmente humana. Glorifico minhas falhas, tento acertar, para não ter que consertar, mas me pego consertando. Por que não aceitam meus erros? Minhas mãos são comuns, não perfeitas. Minha mente é caótica, não organizada e lógica. Meus acertos são humanos, não obra de super-heróis. Não sou nem um pouco heroína, sou uma vilã procurando apenas redenção todos os dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário