sábado, 25 de abril de 2015

Paraíso negro


Não sentia vontade de escrever, nem de fazer nada. Era uma daquelas dores que te fazem engasgar com lágrimas sem motivo. Uma dor sem motivo, que mata e faz descer ao fundo do posso. Sozinha, sempre sozinha. Sozinha nas batalhas e guerras, contando apenas com ela mesma e suas preparações. Derramando sangue sem apoio, sem consolo. E ninguém entende sua dor. E ninguém diz. E ninguém sabe. E todos se vão uma hora ou outra, inventando motivos, inventando desculpas. Sozinha de novo. Vivendo num paraíso negro de dores sem sentido.




                              Valéria Mares

Nenhum comentário:

Postar um comentário